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Empresas querem atrair os bons riscos
Presidente da Serasa Experian diz que cadastro positivo reduzirá inadimplência à metade
01/01/1970 00:00:00
Mais dinheiro no bolso, estabilidade no mercado de trabalho e disposição para gastar. Essa combinação poderosa tem impulsionado a carteira de crédito de bancos e financeiras a patamares nunca antes registrados. Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, acredita que o movimento é sustentável e prevê a expansão dos financiamentos entre 15% e 20% neste ano.
O brasileiro que antes ocupava a base da pirâmide social ascendeu à classe C e criou uma nova força de consumo. Agora, está ávido por adquirir bens de maior valor. Na avaliação de Loureiro, as compras de automóveis continuarão em alta nos próximos meses, mas será o crédito imobiliário a grande estrela de 2010. “Ainda é pequena a participação dessa modalidade no bolo dos financiamentos. Por isso tem muito espaço para crescer”, diz.
Ricardo Loureiro não crê que o aperto monetário feito recentemente pelo Banco Central possa travar o sistema, embora critique a falta de um mecanismo que melhore o processo de concessão de empréstimos. Em entrevista ao Correio, Loureiro defende a criação do cadastro positivo e explica como essa ferramenta poderá beneficiar os consumidores. A seguir, os principais trechos:
Como a Serasa Experian vê o Brasil a partir desse novo ciclo de aperto monetário? O país está no caminho correto?
Não tenho dúvidas de que essa eleição transcorrerá em clima de tranquilidade econômica. As coisas vão caminhar dentro dos trilhos. Não vemos nenhum risco associado aos dois principais candidatos. Acredito nisso em função do que estamos vendo. Aumentar juros em ano eleitoral mostra uma atitude madura do país. O debate, sem dúvida, é acalorado, mas isso não é problema. Está acontecendo um ano eleitoral, mas, independentemente disso, a vida continua.
O senhor acredita que o ajuste nos juros promovido pelo Banco
Central afetará o crescimento, inibindo investimentos necessários e o avanço da carteira de crédito?
Não. Creio que foi uma medida acertada e agradou o mercado. Foi feita em um momento adequado. Em nada vai atrapalhar o crescimento do crédito no país. O cenário é de brasileiros com mais renda e não um cenário de regressão na oferta. Esse aperto monetário vai frear o crédito na medida certa, dando condição para o reequilíbrio do consumo. Não temos expectativa de desaceleração do crédito. A gente, na Serasa Experian, tem uma perspectiva positiva. A oferta de crédito vai crescer entre 15% e 20% neste ano. O consumo está muito forte. Acredito que os financiamentos para veículos vão continuar em ascensão firme. O crédito imobiliário é um que tende a crescer muito neste ano. Acredito que, em termos de longo prazo, é o que mais vai crescer.
Quais os desafios para o crédito crescer com mais qualidade?
O grande desafio que temos em um cenário de endividamento crescente é que sejam tomadas medidas prudenciais adequadas. É nesse ponto que volto ao meu bordão principal, que é o cadastro positivo. Ele é tão básico e relevante quanto ferrovia e estrada. É fundamental para o crescimento. Hoje, estamos comemorando queda da inadimplência para 7%. Esse número ainda é muita coisa. Nem os países que estão saindo da crise têm inadimplência alta assim. Essa ferramenta é importante para garantir a qualidade do endividamento e para que o risco seja pontual. O nível de incerteza na concessão é muito grande e isso se reflete nas taxas de juros. Das 20 maiores nações, só o Brasil não tem cadastro positivo. Essa não é uma ideia inédita. Ela também não quer dizer que o consumidor vai abrir mão do sigilo das suas contas e da sua individualidade.
Se o Congresso Nacional aprovasse hoje o cadastro positivo, quais seriam os benefícios para o consumidor? As taxas de juros poderiam ser reduzidas?
Sou otimista quanto a essa aprovação. Acredito que nossos legisladores veem a importância do cadastro positivo. É natural que uma questão dessa ocupe espaço na discussão pública. Se essa medida fosse aprovada hoje, já teríamos resultados práticos em 2011. Hoje, já se compartilham dados negativos. Precisamos compartilhar os positivos para beneficiar os consumidores. No spread bancário (diferença entre o que o banco paga para arrecadar fundos e o que ele cobra para emprestar), basicamente, 38% do valor é em função da inadimplência. É muito alto, por isso é difícil baixar os custos ao consumidor. Com o cadastro positivo, a expectativa é que esse custo da inadimplência caia pela metade. Uma quantidade grande de pessoas, da nova classe C, precisa de acesso a crédito e essa medida favoreceria essa parcela da população.
Algumas instituições financeiras e seguradoras já não fazem um ranking de risco dos seus clientes? O que diferencia essa avaliação do cadastro positivo?
As seguradoras já fazem uma análise da vida dos clientes de forma intensa. Se um jovem de 18 anos com a primeira habilitação fizer um seguro, ele vai pagar um preço. Se o pai dele, de 50 anos, também fizer, vai pagar um preço menor. É esse conceito que queremos expandir. Queremos considerar a reputação do consumidor no mercado como um todo. São todas as informações de um ativo pessoal e que serão usadas a favor do cliente. Porque o risco de inadimplência tem de ser o mesmo para todos os clientes? Não é justo um bom pagador assumir o risco geral do mercado. As empresas têm interesse nisso, querem atrair os bons riscos. Com o cadastro positivo, ganha o consumidor, as empresas e ganha o governo. Podemos associar o cadastro positivo a uma infraestrutura necessária. Ela em si não é a panaceia de todos os males. Mas estamos falando de uma infraestrutura que vai permitir o crédito crescer.
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Além disso, a ata destacou que os próximos passos poderão ser ajustados conforme a necessidade e que o Banco Central não hesitará em continuar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado
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